transtorno

O que são e como identificar transtornos alimentares?

De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, 70 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de algum tipo de transtorno alimentar e o número de mortes provocadas por esses distúrbios gira em torno de 19% desse total, quase 14 milhões de pessoas.

“Os transtornos se caracterizam por um comportamento alimentar doentio em que há uma relação não saudável com o alimento. Pode se manifestar de maneira física, como vômitos, ou por alteração psíquica com privação da alimentação”.

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Os distúrbios podem ser classificados em cinco categorias:

  •  Transtorno da ruminação – é a incidência de episódios de regurgitação e ruminação ou cuspidas sem causa patológica e normalmente não está relacionada a outros transtornos alimentares.
  •  Transtorno conhecido como P-I-C-A – é a ingestão de substâncias que não fazem parte dos alimentos aceitos pela sociedade, como terra, barro, cabelo, cinzas de cigarro e fezes de animais. É mais comum em indivíduos com deficiência intelectual ou outros distúrbios mentais.
  • Transtorno da compulsão alimentar periódica (binge eating) – é quando o paciente apresenta episódios de compulsão alimentar, causando frequentemente obesidade e sobrepeso . O seu diagnóstico se baseia em episódios de ingestão de grande quantidade de alimento em curto espaço de tempo com a sensação de perda de controle.
  • Anorexia Nervosa – Popular entre os meios de comunicação e a sociedade, a anorexia nervosa pode ser de dois tipos: restritivo e bulímico. No primeiro, o paciente tem baixo peso por conta da restrição alimentar, períodos prolongados de jejum e excesso de exercícios físicos. No segundo caso o paciente até se alimenta, porém provoca o vômito para que não ocorra ganho de peso. Em geral, os pacientes são bem magros, com olhos fundos, pele e cabelos ressecados e unhas quebradiças. As queixas mais frequentes são fraqueza, tontura, desmaio e mal-estar geral, diminuição dos níveis de hormônios sexuais e tireoide, além do aumento dos níveis de cortisol. Na mulher ocorre ausência de menstruação e em alguns casos o aparecimento precoce de osteoporose. No homem há redução dos testículos e de libido e infertilidade. “Essa divisão é didática, pois frequentemente encontramos essas duas características em um mesmo paciente. A incidência mundial é estimada em 1 caso para cada 100.000 pessoas, mas se considerarmos apenas as mulheres jovens e brancas de países desenvolvidos essa taxa se eleva para 1 caso a cada 200”,
  • Bulimia Nervosa – a bulimia se caracteriza por quadros recorrentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos em curto espaço de tempo, acompanhados por uma preocupação constante com o peso e com o corpo que costumam ser seguidos por enorme sensação de culpa, fazendo com que o paciente recorra à indução de vômito, excesso de exercícios físicos e uso de medicamentos como diuréticos, laxantes, hormônios e anfetamina. Os indivíduos apresentam aspecto de irritação e depressão e estão sempre insatisfeitos com o corpo. Geralmente tem peso adequado ou um pouco acima, a pele e cabelos são secos, aparecem letargia, alterações menstruais, dor e distensão abdominal. Além disso, os dentes ficam amarelados pelo constante contato do suco gástrico com o esmalte dentário. Um sinal clássico é o de Russel, em que aparece um calo no dorso da mão provocado pelo atrito com os dentes no momento do estímulo do vômito.

As causas da anorexia e da bulimia são parecidas, estando relacionadas a fatores biológicos, psíquicos, sociais, familiares e/ou ambientais. Normalmente, há uma percepção distorcida da autoimagem e a excessiva influência do peso na auto estima. O tratamento desses transtornos deverá ser realizado por uma equipe multidisciplinar, composta de médico, psicólogo, nutricionista, sendo de grande importância, também, a participação da família para a recuperação do paciente.

Referências:
1 – Pisciolaro F , Azevedo – Trasntornos alimentars e obesidade ( Manole , 2010 )
2- Cordas TA- Transtornos alimentares : fundamentos históricos ( Ver Brás de Psiquiatria 2002)
3 – American Psychiatric Association – Practice guideline for treatment of patients with eating disorders ( Washington APA 2006 )

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