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Será que é possível transformar retenção em pump?

Nos últimos dias que antecedem um campeonato de fisiculturismo ocorre um processo popularmente conhecido como “finalização”.
Essa finalização tem por objetivo tornar os músculos mais aparentes e cheios através da manipulação da água, dos macros e micronutrientes.

A ideia é tirar o máximo de água debaixo da pele (subcutânea) e encher ao máximo os músculos com carboidratos (glicogênio intramuscular). O atleta se esforça tanto para conseguir desenvolver seus músculos, no dia da competição eles devem estar o mais cheio e definido possível.

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Hoje vamos abordar de maneira mais conceitual e superficial, nos próximos artigos detalharemos cada parte do processo.

A fim de maximizar os estoques de glicogênio intramuscular é necessário primeiro esvaziá-los. Após um período de tempo com os estoques de glicogênio “zerados”, ou baixíssimos, nosso corpo chega a armazenar 50% mais do normalmente armazena, o que chamamos de “supercompensação de glicogênio” [1].

Então a primeira fase de uma finalização tradicional é geralmente composta por alguns dias sem consumo de carboidratos e muitas vezes com treinos “fullbody”, ou seja, de todos os grupamentos musculares, para que haja o consumo e consequente esvaziamento dos estoques de glicogênio intramuscular de todos os músculos. Simultaneamente há um alto consumo de água para estimular a diurese.

A segunda fase da finalização é composta por alguns dias (ou horas) de consumo de muito carboidrato, conhecida como “carb-up”, muitas vezes sem treino algum ou apenas de alguns pontos fracos do shape. Tradicionalmente se retira a água gradualmente, algumas vezes havendo até a suspensão do consumo por um curto período.

O objetivo da retirada de água durante o carb-up é “afinar a pele”. Para cada grama de carboidrato estocado na forma de glicogênio são estocados três a quatro gramas de água [2]. Nesse quadro, com a redução do consumo de água e alta síntese de glicogênio cria-se a necessidade de realocar a água que está dentro do corpo. O carboidrato puxa a água subcutânea para dentro do músculo e ela deixa de embaçar a definição muscular, além de aumentar seu tamanho!

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Mas há um limite tanto para o estoque de glicogênio quanto para a mobilização de água para tal. A resposta fisiológica do corpo à retirada da água se dá pela produção do hormônio antidiurético (ADH), o qual aumenta a retenção, agressividade, sensibilidade a dor, depressão e até demência [3]. O excesso de carboidrato e consequente ambiente insulínico estimulam a síntese e acúmulo de gordura.

Cada corpo tem suas individualidades e a adequação e domínio dessas estratégias e limitações sem comprometimento da saúde vem com o estudo e a experiência profissional.

Referências:
1. Roedde S. et al. Supercompensation of muscle glycogen in trained and untrained subjects. Canadian Journal of Applied Sport Sciences. 1986; 11 (1): 42-6.
2. Olsson K, Saltin B. Variation in total body water with muscle glycogen changes in man. Acta Physiol Scand. 1970; 80 (1): 11-8.
3. Caldwell H K. et al. Vasopressin: behavioral roles of na original neuropeptide. Progress in Neurobiology. 2008; 84 (1): 1-24.

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