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Agachamento: Técnicas para melhorar a hipertrofia

Os exercícios resistidos oferecem ajustes positivos inegáveis aos músculos. Certa vez o Prof. Dr Guilherme Gularte De Agostini da Universidade Federal de Uberlândia brincou, dizendo: Musculação é tão bom que até errado, dá certo! Evidentemente, em sua brincadeira, o meu professor reforçava o quão benéfico é a prática de exercícios de força para a saúde geral do praticante. Infelizmente existem, de forma muito desgastante e cansativa, discussões irrelevantes sobre este ou aquele exercício.

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Vejo professores se digladiando para provar se o uso cinto funciona ou não. Punhos erguidos quanto à profundidade do agachamento. Facas nos dentes quando o assunto é a posição dos joelhos em relação aos pés e a batalha segue. Voltaire diria que “uma discussão prolongada significa que os dois lados estão errados”. Aos meus olhos, muito ego e pouco compromisso!

Vamos falar um pouco sobre o agachamento, por exemplo. Trata-se definitivamente de um excelente exercício. Signorile e cols, (1994) demonstravam a superioridade do agachamento sobre a cadeira extensora em termos de ativação muscular. Mostravam ainda uma queda dramática na produção de potência após o agachamento (o que justifica nunca praticar saltos depois de agachar). Escamilla e cols, (2001). Averiguaram, usando eletromiografia, diferentes posições dos pés no leg press (máquina de barras) e compararam com o agachamento com os pés paralelos e com leve rotação lateral. O fato de não terem encontrado diferenças significativas entre as diferentes posições dos pés significa que, como o resultado é similar, o atleta pode escolher a posição mais confortável e usar maiores cargas. Não houve, nem haveria menção dos autores criticando os atletas que fazem variações. Paoli e cols, (2009) ao estudarem os músculos da coxa durante o agachamento com diferentes posições e cargas fizeram uma importante e útil consideração prática. Como não encontraram diferenças dos sinais eletromiográficos, afirmaram que um atleta pode selecionar livremente a posição mais confortável e segura para executar os agachamentos.

Em relação ao impasse de passar ou não passar os joelhos além da ponta dos pés, Fry e cols (2003) testaram usando a técnica livre e bloqueando os joelhos com uma tábua. Os resultados mostraram o torque do quadril maior quando bloqueamos os joelhos e isso pode ser um desafio a sua coluna. A flexão aumentada dos joelhos quando evitamos o deslocamento anterior gera forças maiores contra a patela. Assim sendo há uma necessidade, citada pelos autores, de ajustar a técnica individualmente para ótimas distribuições de força, ainda que signifique ultrapassar a linha dos pés. Essas observações não foram consideradas no estudo de Caterisano e cols. (2002) que analisaram diferentes profundidades de agachamento e a ação de diferentes músculos. Todos os dados foram divergentes, menos o M. Glúteo máximo que, quanto mais profundo foi a execução, mais era ativado.

Esses dados nos levam a caminhar tranquilamente em relação ao exercício. Sem grandes discussões, apenas mantendo tensão em toda amplitude de movimento como sempre peconizava o mestre Joe Weider em seus ensinamentos (Weider & Reynolds, 1999) e nos certificando que estamos focados no músculo, no desfio, na superação da vontade. Menos conversa e mais ação. Põe a barra nas costas e vai!

Referências:

CATERISANO, Anthony et al. The effect of back squat depth on the EMG activity of 4 superficial hip and thigh muscles. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 16, n. 3, p. 428-432, 2002.

ESCAMILLA, Rafael F. et al. Effects of technique variations on knee biomechanics during the squat and leg press. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 33, n. 9, p. 1552-1566, 2001.

FRY, Andrew C.; SMITH, J. Chadwick; SCHILLING, Brian K. Effect of knee position on hip and knee torques during the barbell squat. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 17, n. 4, p. 629-633, 2003.

PAOLI, Antonio; MARCOLIN, Giuseppe; PETRONE, Nicola. The effect of stance width on the electromyographical activity of eight superficial thigh muscles during back squat with different bar loads. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 23, n. 1, p. 246-250, 2009.

SIGNORILE, Joseph F. et al. Effect of Foot Position on the Electromyographical Activity of the Superficial Quadriceps Muscles During the Parallel Squat and Knee Extension. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 9, n. 3, p. 182-187, 1995.

WEIDER, Joe; REYNOLDS, Bill. Joe Weider’s ultimate bodybuilding: the master blaster’s principles of training and nutrition. Contemporary Books, 1999.

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